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Martin Ricardo Schulz

Tsunamis empresariais


 

Sem querer ser épico, o tema Marketing, nem sempre abordado coerentemente pelos empresários, voltará com força dentro de algum tempo. Não por causa do mérito dos profissionais da área, nem tampouco devido a capacidade visionária de alguns empreendedores. Mas sim, pelo fato de estarmos diante de um dos maiores movimentos de emergência econômica que nosso País deverá exercitar nos próximos poucos anos.

“Chegou a nossa vez”, dirão os mais eufóricos. Será? As condições macro-econômicas criadas pela estabilidade de nossa moeda, o Real, podem proporcionar esta bonança, e sua atratividade já rouba investidores viciados com o leste europeu. Além disso, o grau de investimento internacional conquistado pelo Brasil, atesta que muitos investidores migrarão seu capital para as bandas de cá. Há alguns anos, eu aprendi - literalmente - que, em duplicando a venda de uma empresa, provavelmente duplica-se também a sua produção. Todavia, não podemos esquecer que, em acontecendo este bom problema, duplicam-se também os problemas. Os ruins. E é aqui que devemos nos atentar: temos um cenário de perspectiva de crescimento dos mais atraentes, mas sujeito a solavancos. Uma destas turbulências é, sem dúvida, o colapso de mão-de-obra qualificada pelo qual estamos passando. Os executivos responsabilizam as área de Recursos Humanos para que solucionem o problema, sem muitas vezes dar condições para a captação de talentos. Quem dirá para a retenção de talentos. Assim, a solução é contratar o menos pior e o mais disponível. Mas sobre este tema, escreveremos mais adiante. Agora, temos que avaliar quais as reais condições que as nossas empresas têm para aproveitar estas ondas de crescimento que estão por vir. Temos estrutura organizacional suficientemente preparada e motivada para crescermos diante destas oportunidades? Temos uma política de Recursos Humanos ajustada, transparente e difundida? Paramos de julgar os Países Asiáticos por terem aprendido conosco? Nosso Planejamento Estratégico tem a consistência necessária para ajustar-se rapidamente diante de mudanças de mercado? Temos sequer um Plano? Estas são questões indigestas e, certa vez ouvi de um grande empresário como conselho: ”Não adianta termos um plano sem que ele seja acompanhado. Não gaste energia com isso”.

Esta complacência empresarial é bastante preocupante, pois torna apática qualquer iniciativa de gestores e colaboradores auto-motivados, além de permitir ações inovadoras de concorrentes. E por falar neles, muitos empresários despreparados ficarão novamente olhando e avaliando as atitudes competitivas dos adversários, seguindo as mesmas trilhas algum tempo depois. Talvez tenha chegado a hora de nos preocuparmos mais com as virtudes do mercado que está por vir do que com problemas corporativos. Alguns bons empresários assim farão e, muito provavelmente, quando chegarem as ondas de oportunidades que estão por vir, suas empresas - e todas as famílias que delas dependem - estarão resguardados e fortes. Que soem os alertas.

 

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