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Martin Ricardo Schulz

Razão x emoção


 

Muito se comenta no mundo empresarial sobre o poder das decisões, papel a que executivos são preparados e, em alguns casos, submetidos. Isso porque o grande problema estratégico nas corporações é a falta de coragem para tomar decisões. Mas pensando bem, esta é a causa ou a conseqüência do despreparo dos gestores? É um dilema: Não podemos considerar despreparo, pois existem empresas com 40 anos de existência e que chegaram até aqui não foi por acaso. Nestes casos, o grande fator decisório sempre foi a intuição do dono ou de poucos gestores, cuja familiaridade permitiu correções rápidas de rota a fim de garantir a continuidade do negócio mesmo diante de dificuldades.

Mas as coisas mudaram: a partir do momento em que o mercado (quem sabe, os concorrentes) exige dos administradores decisões cirúrgicas, todos precisam estar preparados. Intuição, significa tomar boas decisões com base em dados incompletos. E é aqui que mora o perigo: a grande maioria das empresas não possui sequer uma estrutura de análise de mercado e cenários para tomar decisões. Mesmo que intuitivas.

O Marketing merece mais: merece o respaldo de todas as diretorias de empresas, porque a sua atribuição principal é compreender o que acontece em determinado mercado e projetar cenários que dêem subsídio e estas decisões, que levem os gestores a determinar por este ou aquele caminho. Agora pensem comigo: como uma empresa que tem na sua área de Marketing o grande papel de produzir folhetos - talvez atualizar sites, talvez nem isso, poderá avaliar e compreender o mercado? O interessante é o que ouço de muitos empresários: “Você precisa entender que a área de Marketing precisa tomar cuidado com as suas ações, porque senão aumentamos a concorrência...”. Sem nenhuma dúvida, sim, isso alerta a todos os concorrentes de determinada empresa, mas por outro lado, expõe sua marca, credibilidade, reputação e prestígio aos consumidores. Dizem que aquele que não se comunica, se trumbica. E isso é uma verdade incontestável. Vejo muitas empresas sem definição de uma verba de Marketing e sem se comunicar por receio de utilizar esta verba...Em certo momento da minha carreira, fui obrigado a estabelecer um acordo com meus subordinados em Marketing: “Se nós investirmos mais do que a verba estabelecida, estaremos trabalhando contra o financeiro, sem respeitar o orçamento. Entretanto, se nós investirmos menos do que a verba estabelecida, estaremos trabalhando contra a marca da empresa, que precisa ser comunicada”. Lembro ainda que uma empresa comunica sua marca em todos, absolutamente todos os momentos em que é percebida pelos clientes, e isso pode acontecer de todas as formas.

Sem comunicação, os clientes não percebem, não julgam, não decidem e também não opinam sobre uma marca ou uma empresa. Pior: vivemos num mundo em que todos têm apenas uma opinião sobre as coisas, supostamente válida e supostamente oportuna, vinda do stress de sentidos e de informações a que todos estamos submetidos. Assim, passamos a conviver com informantes e informados. E aqueles mais informados se encarregam de fazer com que as percepções, boas ou ruins sobre a marca da empresa sejam multiplicadas. Viva os empresários espertos, as áreas de marketing com respaldo e canais de comunicação adequados que trabalham para diminuir esta confusão e nos dar algumas certezas.

 

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