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Martin Ricardo Schulz

Sistema de legos


 

O empresário Brasileiro tem um jeitão peculiar de conceber e praticar o Marketing. Sobre este tema, foi um privilégio ter novamente lido Reimar Richers. Em MARKETING, UMA VISÃO BRASILEIRA, ele aborda o futuro do Marketing. Aonde chegaremos nesta ciência tão fascinante que influencia tendências de consumo e comportamentos de compra? Vemos hoje que o público formador de opinião a respeito das variáveis “normais” de Marketing - tipo Benchmarking, Downsizing, CRM, Data-Mining, etc. - conecta este tema com o “C” de Comunicação. É apenas um dos Cs, mas com certeza o mais fantástico, porque envolve gente falando com gente através de diversas formas diferentes. E isso envolve emoção.

A mudança é permanente neste mundo. E muitos conceitos de Marketing estão também em processo acelerado de mudança, o que nos desvia de uma das principais funções de Marketing enquanto agente de mudanças: o continuado exercício de visão do futuro. OK, mas como será o Marketing do futuro? Para tentar uma resposta a essa pergunta desafiadora, vamos analisar em conjunto algumas coisas: os elos de mercado terão número crescente, pois todas as pessoas, teoricamente, poderão conectar-se com todas as pessoas, tornando o mercado um enorme emaranhado de experiências. Nada mais do que uma vasta rede de experiências sensoriais e fonéticas. Com isso, é provável que o nosso atual conceito de setor econômico desapareça, para dar lugar a uma nova divisão de segmentos, baseada em produtos ou serviços que são oferecidos a mais ou como surpresa. Neste caso, ao invés de setores, poderemos ter “áreas sinérgicas de produção”, que juntam a tecnologia que alguém consegue convergir com os pedidos de gente interessada. Complicado? Ainda não.

Para isso, este alguém precisará ter muito know-how, pois tudo lhe será entregue por fornecedores capazes de produzir determinados tipos de ingredientes altamente padronizados para permitirem aplicação em um grande número de produtos finais, mesmo que completamente diferentes entre si, tais como móveis de estilo e automóveis elétricos. Para imaginarmos isso tudo, pense num jogo de Lego, que permite montar diversos produtos conforme a nossa imaginação. O que não podemos esquecer: ao consumidor interessa menos se as suas peças são feitas de plástico ou de uma liga híbrida de metais superleves, mas mais se o seu produto tem a qualidade e aparência daquilo que ele imagina ter. Já viram esse filme? Pois é, isso já acontece hoje e costuma ser o caso para a maioria dos produtos e também serviços que nós, consumidores, compramos a partir de uma premissa de “boa qualidade” ou de que o produto vai durar durante um tempo considerável, sem levarmos em conta nada a respeito da tecnologia aplicada. Assim, no futuro, poderemos encomendar um relógio com traços pessoais bem definidos, sem nos darmos conta se as peças são feitas de plástico ABS ou de inox, contanto que ATENDA AOS NOSSOS DESEJOS e seja acompanhado, talvez, de uma garantia permanente para nos fidelizarmos à marca.

Esta indiferença (que anda junto com a confiança), mesclada à nossa incapacidade de poder avaliar a qualidade tecnológica, que caracteriza a grande maioria dos consumidores, vai se tornar um dos fatores de sucesso comercial e de Marketing mais determinantes no futuro, quando a maioria dos produtos serão “blended”, ou seja, de origem incerta. Assim, com o passar do tempo, as marcas deixarão de carregar o conceito do produtor ou até do distribuidor. Entretanto, o consumidor não vai se entregar tão fácil: exigirá algo em troca, o que provavelmente será a confiabilidade do profissional de vendas. Daqui, podemos afirmar que a cada dia que passa, as empresas devem se preocupar mais com a fidelização dos seus consumidores a fim de fornecer respaldo à força de vendas, e isso deve subsidiar também a comunicação empresarial interna e a publicitária. Enfim, anunciar o que somos e fazemos é, a cada dia, mais importante. O Natal está aí para comprovarmos isso tudo. Feliz Natal!

 

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