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Martin Ricardo Schulz

Magnitude Hipócrita


 

Nosso mundo está passando por uma fase de transformações muito profundas. Sempre esteve, o fato é que a velocidade das mudanças passou a ser muito mais elevada, pouco percebível para uns e pouco administrável para outros. De qualquer forma, alguns elementos fundamentais na nossa vida devem ser avaliados: a nossa capacidade de relacionamento é uma delas. Afinal de contas, em tudo o que fazemos temos que aplicar certa capacidade de conviver com pessoas diferentes e ter certa flexibilidade nos pontos de vista. Mas, pensando bem, por estes dias não seria vontade de se relacionar? Provoco a todos com a seguinte pergunta: ainda temos vontade de nos relacionarmos? Alguns diriam que “sim, lógico”, outros diriam “nem quero pensar nisso”. Os tempos atuais estão realmente nos afastando da necessidade de relacionamento pessoal e isso interfere contundentemente no nosso perfil pessoal e também profissional.

A magnitude de interações e comunicação que praticamos, assim como o nível de consistência das informações que compartilhamos, determina a nossa capacidade de inter-relacionar atividades e também funções pessoais e profissionais. Isso tudo é influenciado também pela cumplicidade nas interações e voluntariado de engajamento nas demandas e atribuições profissionais. Nessa ótica, as coisas parecem mais complicadas: alguns motivos que levam as empresas a ter essas dificuldades é a própria cultura interna, que pode estabelecer padrões obsoletos de políticas de trabalho ou pouca permissividade criativa, ou seja, a criatividade e envolvimento devem ser limitados a não permitir erros. Muitas empresas agem dessa forma, o que as afasta dos níveis aceitáveis de competitividade e, portanto, do mercado. Outras, pintaram algumas perdes de cores cítricas e colocaram almofadas e pufes coloridos junto a plantas vistosas, considerando essa iniciativa como uma adaptação suficiente a essas novas interações pessoais.

As pessoas desses ambientes de trabalho e, porquanto, de convivência, sabem que isso é fake, pouco duradouro. Se o discurso for diferente da prática - o que encontramos em muitas empresas despreparadas para lidar como os seus ativos humanos, os dias estarão contados e a competividade desaparecerá antes da próxima revisão do planejamento estratégico. Pior: de forma silenciosa e sem avisar. A interação de pessoas por propósitos comuns, alinhados, passou a ser supervalorizado na integração de funções e departamentos, em resposta à quantidade e velocidade das mudanças. Porque mudanças trazem instabilidade e insegurança, o que pode ser reduzido em grupo de trabalho coesos e alinhados. Aqui, entra o fundamental papel dos líderes, que cresceram dentro das empresas pela sua capacidade operacional e não pela capacidade de liderança. Estão, de certa forma, despreparados para esse desafio de permitir e estimular iniciativas do grupo sem julgar erros. Esse novo sistema de aprendizagem transforma o conhecimento tácito em ações de crescimento.

Os gestores devem se preocupar imediatamente com a dimensão colaborativa nos seus negócios e com o nível de conhecimento dos ativos humanos, em que as estrutura orgânicas das empresas servirão como um fórum permanente de criatividade e descomplicação. Isso é muito bom para ajustar as empresas às necessidades de desenvolvimento e orientação para o mercado. Porque conhecimento difere de informações: informações é um flow de mensagens, enquanto conhecimento é a informação revestida de crença e engajamento de seu possuidor que irá processar, dar sentido e usar produtivamente essa informação. Portanto, diante de tantos discursos sobre modernidades, processos, indústria 4.0, robotização e sistemas, devemos parar de dar magnitude a temas internos dos quais sequer temos conhecimento. Devemos isso, sim, investir e fomentar a interação funcional entre grupo das nossas empresas para permitir a aprendizagem, a memória de conhecimento e a implementação de processos inovadores e cujo maior atributo é aquilo que buscamos em qualquer negócio: a produtividade.

 

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