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Martin Ricardo Schulz

RESIGNIFICAÇÃO DIGITAL E ESTRUTURAL

Atualizado: há 2 dias


A única certeza que temos agora é a de que um novo modelo econômico está sendo instalado no mundo, em que a tecnologia, a cooperação e a simplicidade são os novos drivers de manutenção dos nossos negócios.




O cenário atual faz parecer que o mundo caiu no nosso colo. Nossos planejamentos e metas se tornaram inócuos em poucas semanas, porque o esforço com que andávamos tentando sair de uma crise que estava se tornando permanente, não nos permitia ver à frente. A crise aumentou e trouxe um novo ator, o Covid-19, que passou repentinamente a ser o nosso pior sócio. Então, desde que passamos a enfrentar a escassez de produtos, serviços e de interações, por estarmos em quarentena, passamos a ver e sentir a importância das relações pessoais na nossa rotina profissional.


Agora, estamos fisicamente distantes e, portanto, com o nosso poder de comunicação dificultado. Muitos empreendedores reputam limitações empresariais à problemas de comunicação. Esse é um mecanismo de defesa bastante utilizado para justificar os problemas de algumas empresas que não possuem políticas claras de recursos humanos ou um sistema integrado de relações com lideranças. Pior, muitos consultores empresariais que dizem operar milagres ainda usam a temática dos problemas de comunicação nos seus prognósticos, e isso vinha até há pouco resultando numa certa inquietude de empresários que me diziam: “preciso dar uma chacoalhada”.


Já não há mais tempo para relativizar sobre essas limitações, pois a chacoalhada chegou e a incerteza sobre tudo está no ar. A única certeza que temos agora é a de que um novo modelo econômico está sendo instalado no mundo, em que a tecnologia, a cooperação e a simplicidade são os novos drivers de manutenção dos nossos negócios. Não somos os únicos, pois o problema é pandêmico, mas certamente teremos a oportunidade de aprender com os outros sobre suas virtudes e também com os nossos próprios problemas. De todo modo, iremos enfrentar esse desafio com sérias mudanças nas nossas relações.


A simplicidade passará novamente a fazer parte dos nossos modelos decisórios, as pessoas e colaboradores com quem realmente podemos contar serão facilmente identificados e as ferramentas de interação e integração definirão vantagens competitivas das empresas. Todavia, ferramentas de interação e integração dependem muito de aplicação tecnológica. Então, como adotar essas novas práticas se poucas empresas investem em tecnologia? Aqui entra o grande vetor a ser trabalhado imediatamente: os sistemas de comunicação e controle de processos usando tecnologia, desde que simplificados.


Tecnologia embarcada facilita os processos e os torna mais assertivos, controláveis. Pura transformação digital à frente. Vejo que chegou o tempo de muitos empresários deixarem de se escudar nas dificuldades digitais, mas que poderiam buscar ter com os jovens boas noções sobre a contribuição que esses sistemas podem aportar aos seus negócios. Hoje, em dias de quarentena, nossas ferramentas de comunicação são digitais, e não temos mais como desdenhar o trabalho remoto e outros conceitos relacionais que estavam incubados no contexto empresarial de muitas organizações.


Uma outra avenida de trabalho sobre a qual oriento empresários há pelo menos três anos, em que já deveríamos estar imputando muito esforço, é o da racionalização de estruturas corporativas, onde uma nova modelagem e arquitetura de negócios serão o fator mais importante para a performance dos pipelines de vendas. Um novo modelo esbarra no modelo decisório dos gestores, que agora terá que ser outro, e as estruturas empresariais também.


Por outro lado, nenhuma empresa existe em qualquer lugar do mundo, sem três estruturas fundamentais: (1) uma comercial, que aporta o fluxo de entrada de capital; (2) outra de produção, que utiliza quase metade desse capital na reposição de compras para a transformação de bens e serviços, e (3) outra, administrativa, que controla estruturas, processos e pessoas alinhados às capacidades financeiras e operacionais do próprio negócio.


Cada empresa deve adaptar essa arquitetura às suas capacidades, e nesse contexto, as startups nos apresentam todo dia modelos mínimos viáveis, que serão nossa inspiração nessa reformulação estrutural de negócios. Parece fácil, mas até há alguns dias o contexto empresarial desviava modelos decisórios e de controles para uma soberana complexidade, também atribuída aos sistemas tecnológicos e de inteligência disponíveis.


Estamos diante de um novo contexto: um cenário de ressignificação do que chamamos de crise. Contudo, estamos diante de uma oportunidade única de ressignificação digital dos negócios, em que a implementação de processos de apoio tecnológico, irá determinar o restabelecimento, a manutenção e a sobrevivência de quase todas as empresas. Estamos diante de uma imensa canibalização de modelos econômicos e culturais. Estamos diante de uma ótima oportunidade de aprender com as dificuldades e fazer um novo diferente.


Martin Ricardo Schulz

Consultor Organizacional



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